Do trajeto ao destino: um olhar sobre caminhos percorridos

Todos os dias, sempre no mesmo horário, tenho a oportunidade de levar meus filhos até a escola antes de trabalhar. No caminho, passamos por várias ruas que nos convidam a parar e seguir após o alerta de alguns sinais de trânsito. Nestes momentos, aproveitamos para dialogar e orar agradecendo a Deus e Nossa Senhora para que nos conduzam sempre pelo caminho do bem e que possamos ter discernimento e sabedoria, em tudo o quanto fizermos, pensarmos, planejarmos e falarmos. Estes, além de tantos outros, são momentos que buscamos construir e fortalecer nossos elos, nossas fés e nossas forças para alcançarmos nossos sonhos com convicção. Como em todo e qualquer percurso, muitas vezes somos surpreendidos por algum imprevisto, que nos convida a parar e observar para depois seguirmos.

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Pausas necessárias

Os caminhos se apresentam entre linhas retas, curvas, com subidas e com descidas, nos convidando a conduzir com atenção, seguindo e parando, quando necessário for. Assim a vida vem se demonstrando, nos convidando a respeitar os sinais e a andarmos por caminhos que nos conduzam aos nossos destinos, respeitando as regras. Muitas vezes, optamos por atalhos achando que podemos dominar o senhor tempo, o que nem sempre funciona. Acabamos tendo que reiniciar nossas rotas para não nos perdermos. Sim, a vida é feita de regras que você terá que seguir e, caso não as siga, de alguma forma, será autuado, porque a notificação uma hora, chega para todos. Se fizéssemos nossa parte, seguindo nossos caminhos, respeitando os dos outros, não precisaríamos pagar um preço tão alto diante de tamanhas imprudências que muitas vezes somos tentados a cometer. Assim como no trânsito em que conduzimos nossos veículos, a trajetória da vida nos convida a ficarmos atentos aos sinais e a respeitá-los. Quando algo nos acomete, faz-se necessário parar e consertar o que de alguma forma nos pausou. Seja conduzindo seu veículo ou sua vida, é preciso ter responsabilidade no trajeto. Para chegarmos aos nossos destinos, precisamos saber “viVer” o trajeto que nos conduz para onde desejamos estar. Para além de um desejo e uma força que nos move, existe o cuidado de si e do outro. Quando também cuido do outro com respeito, meu trajeto tem liberdade, mas quando não respeito o outro caio em minhas próprias armadilhas e pago um preço muito alto por isso, perdendo o direito de ir e de vir. Não tente ultrapassar etapas que você precisa aprender a “viVer”. Aceite-as e as interprete como algo que esteja acontecendo por um bem maior e como livramento. Ninguém falou que seria fácil seguir o rumo da vida, mas também, ninguém nos falou que seria difícil. Ou seja, somos livres para escolhermos nossos trajetos fazendo um bom uso dele ou não. Uma coisa é certa, quando nos permitimos o amor próprio e o amor ao próximo, respeitando as diferenças e nos mantendo convictos e com fé diante dos nossos sonhos, defendendo nossos ideais e valores, o destino torna-se mais prazeroso e mais leve.

Escolhas que mudam nossos caminhos 

Quando percebermos, que o destino, nem sempre será apenas um lugar de chegada, talvez possamos reconhecer a magnitude do trajeto. Cada troca de rota que escolhemos seguir, carrega não apenas nossos passos, mas os sentidos que movem nossas intenções para nos movimentarmos. Aliás, o que te move a viver? Por mais que lhe exijam pressa, a estrada da vida tem seu tempo de presença e de inteireza. Se as intempéries te deslocarem para outros rumos, interprete os sinais e siga seu coração, pois este sim nos mostra suas verdades quando dispara ou paralisa tentando nos alertar. Mas, para que possamos escutar o nosso waze, é preciso silenciar nossos ruídos.

Não é sobre acelerar 
O que você vai fazer com tanta pressa? Pense e pause um pouco... Saber esperar te permitirá enxergar as belezas da vida, inclusive a sua própria. A cada amanhecer, se você tiver a oportunidade de conduzir aqueles que você ama, dialogue e escute o som de cada um. Entre uma prece e um riso, recalcule rotas e perceba a vida para além dos números que tentam dominar o tempo. Ter tempo é uma das mais belas artes. Você pode, é só tentar e treinar . Entre um percurso e outro, permita-se escutar uma música, cantar, agradecer, gargalhar e viver de verdade. Cada passo pode ser sua ação de fé; cada escolha, suas declarações de amor a você e aos seus e, o destino – ah, esse sim, é a concretização sagrada de nossas escolhas, da coragem e da fé que empenhamos ao nos mantermos no caminho chamado vida!!!